A hemodiálise é uma terapia que elimina o excesso de líquidos e substâncias tóxicas do sangue com um rim artificial, substituindo assim as funções renais. Os rins são os únicos órgãos nobres que podem ser substituídos, ainda que não por completo, por uma máquina.
Muitos pacientes ficam apavorados quando se falam que serão submetidos à hemodiálise. Esse medo ocorre muitas vezes por falta de informação sobre o tratamento. Mas a hemodiálise tem que ser encarada como uma oportunidade de vida, de continuar forte para buscar a felicidade, pois a poucas décadas atrás a doença renal era fatal.
A hemodiálise é um dos maiores avanços da medicina. Desde a sua invenção pelo Professor Willem Johan Kolff (1911-2009) em 1941, milhares de pessoas em todo o mundo se matem ou se mantiveram vivos graças a essa terapia.
O tratamento é lento e muito árduo, pois exige uma educação alimentar e cuidados periódicos dos pacientes. Uma sessão de hemodiálise convencional dura 4 horas e é realizada 3 vezes por semana. Dependendo da situação clínica do paciente esse tempo varia de 3 a 5 horas por sessão e pode ser feita 2, 3, 4 vezes por semana ou até mesmo diariamente.
Porém a hemodiálise não substitui as funções renais por completo, pois os rins não são apenas meros filtros de sangue, eles exercem várias outras funções no organismo como: controle de água corporal, controle no nível de sais minerais, controle dos ácidos (pH) no organismo, controle da pressão arterial, síntese de hormônios que estimulam a produção de hemácias e controle da saúde dos ossos através da produção de vitamina D.
Basicamente, na hemodiálise a máquina recebe o sangue do paciente por um acesso vascular, que pode ser um cateter, fístula arteriovenosa ou pela veia femoral, e depois é impulsionado por uma bomba até o filtro de diálise (dialisador). No dialisador o sangue é exposto à solução de diálise (dialisato) através de uma membrana semipermeável que retira o líquido e as toxinas em excesso e devolve o sangue limpo para o paciente pelo acesso vascular.
Esquema representativo do circuito de hemodiálise. O sangue é retirado do paciente por um acesso venoso e impulsionado por uma bomba até o filtro, sendo então devolvido ao paciente.
Eu fiz hemodiálise durante 25 meses e se eu disser que o tratamento é fácil eu estaria mentindo. Exige muita força de vontade e perseverança, pois são vários fatores críticos que impulsionam tal dificuldade. Muitos têm medo das agulhas, outros têm dificuldades em fazer a dieta ou medo de acontecer alguma fatalidade enquanto estão ligados à máquina.
A minha maior dificuldade foi ter paciência para encarar o tempo de 4 horas por sessão e ficar sem poder tomar muito líquido. Para o primeiro eu tentava “enganar” o tempo lendo um livro, assistindo um filme ou TV e muitas vezes dormindo (se eu tivesse um notebook na época, com certeza passaria o tempo programando). Para o segundo eu fazia atividades físicas regularmente para ajudar na liberação de líquidos pelo organismo.
Por fim, para passar por cima de todas as dificuldades é imprescindível o apoio da família e amigos, a troca de ideias e a solidariedade com os companheiros de hemodiálise e a vontade de viver e buscar a felicidade. Essas são as chaves para vencer quaisquer obstáculos que a doença possa apresentar. “Lutar sempre, desistir jamais”.
Referências:
PINHEIRO, Pedro. O que é hemodiálise? Como funciona, quem precisa, cateter e fístulas. Brasil, 2009. Acessado em Out, 12 – 2010. Disponível em: <http://www.mdsaude.com/2008/11/hemodilise-parte-i-entenda-como.html>
Wikipédia. Hemodiálise. Brasil, 2010. Acessado em Out, 12 – 2010. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Hemodi%C3%A1lise>